Ele voltou

E depois de um tempo em silêncio, ele voltou. Nunca soube fazer isso direito, mas gostava e resolveu voltar. E este tempo pareceu muito tempo. Mas foram alguns meses. "Bons meses", diria aquela senhora que gosta de quantificar as coisas com os adjetivos errados. Talvez ela só qualifique o tempo. Até porque a quantidade é a mesma para todos. Já a qualidade depende de cada um.

Nem sabia direito porque voltou, mas fez isso. Parece um impulso, mas achou que sentia falta dos amigos. Principalmente dos que sempre estavam ali antes e agora ele quase não via. Sentia que ninguém valoriza o outro como este merece. Resolveu tentar mais uma vez. É errado, é humano, é recorrente... é perdoável?

A vida mudou, andou. Não sabia se para frente, para trás ou para o lado. Seria mentira dizer que tudo mudou. No fundo, ele ainda se sentia o mesmo.

Mas alguns seres humanos podem ser nômades e errantes em um sentido, porém acomodados e caseiros em outro.

Medo de arriscar? Medo de mudar? Medo de perder o que não tem, talvez. Às vezes a vida revela-se uma brincadeira bem sem graça. E cansativa.