lunes, octubre 01, 2007

Seja bem-vindo...

Qual emprego não enche o saco depois de três meses? Difícil responder. Se não é depois de três meses, é depois de seis, oito... Difícil chegar a um ano.

Um dos tipos de emprego que acaba com a auto-estima do profissional é o que você não tem nada para fazer. Passei anos pedindo um destes. Quando consegui, o salário era mais ou menos e eu passava sete horas, em média, (das nove que ficava lá) navegando na web, porque não tinha o que fazer. Tentava arrumar trabalho, pedia para me darem mais coisa. Mas era simples. Não tinha o que fazer. A agência em questão precisava de mais designers. Cheguei à conclusão de que o cara que me contratou não sabia disso. Resultado: uma proposta de emprego mais ou menos interessante e eu saí depois de pouco mais de três meses.

Outro tipo de trabalho que desanima é quando você é contratado por uma pessoa, que te dá espaço, quer que você cresça. Há empatia desde a entrevista. Aí você se empolga, acha que vai crescer, tem muito a aprender, se doa... é reconhecido, enxerga um bom caminho pela frente. Aí vem uma decisão de cima, que nada tem a ver com o seu mundinho, e faz aquela pessoa não ser mais seu chefe. Novamente, você precisa se adaptar. Faz parte da vida corporativa. Aí você confirma então o que já sabia: a pessoa que assumiu o lugar do seu chefe não tem caráter. Falsa, usa vários discursos diferentes, dependendo de quem são os interlocutores. Para piorar, te coloca abaixo de zero porque odeia o antecessor, a pessoa que te trouxe. E, por tabela, te odeia também. Aí, você, depois de meses tentando provar sua competência e se adaptar, resolve procurar um lugar mais confortável do que a frigideira. Após algum tempo, com um pouco de sorte, consegue.

Mais um tipo ruim para a lista: o que você é contratado para gerir uma equipe que não foi montada por você. Faz de tudo para ser aceito, para agregar o grupo e fazer trabalharem bem, em um bom ambiente, mas eles foram mimados por outras pessoas e querem chupeta e mamadeira, não aceitam cobrança alguma. Depois de meses dando murro em ponta de faca, você acena com a possibilidade de demitir alguém. Mas não pode. Você é chefe da equipe, mas pra aguentar encheção de saco. Não tem autonomia para demitir ninguém, mesmo que as pessoas arrumem mais problemas do que soluções.

Tem também aquele em que você muda muito de função, sem ter pedido isso. Por mais que um profissional tenha que aceitar tais imposições, isso acaba cansando. Ainda mais quando muda três vezes em 100 dias de empresa. Você pesa os prós e contras e faz tudo para não se sentir um idiota. Mas percebe que esta missão será difícil. Uma parada indigesta, como adorava colocar o Vicentão nos textos de apresentações dos jogos. E agora? Procurar emprego de novo? Mas aí você olha seu currículo e percebe que passou por quatro lugares diferentes em um ano e meio. Pega mal. Como vai justificar? Não se adapta a lugar nenhum? Brigou em todos os lugares? Difícil explicar... e as férias? Essa porra toda de pinga-pinga de emprego faz você pensar que as últimas férias remuneradas foram há quase três anos. "Ah, então é por isso que acordo cansado todos os dias."

Mega-sena, prestar concurso, montar um negócio? Mas com que dinheiro? Montar o quê? E se der errado? Mas não seja covarde, seja empreendedor. Isso vale mesmo ou é só papinho pra vender a Você S.A? E as férias? Existe emprego satisfatório? Ou você é um vagabundo, um idiota, não sabe o que quer da vida? Mas tem que pagar condomínio, prestação da mesa, o conserto do aquecedor, e ainda tentar guardar dinheiro para viajar pra outro país, que você tanto quer conhecer?

Porra, mas você tem emprego e vive com conforto. Estudou num país de banguelas! E quanta gente não tem nem o que comer? Pare de reclamar de boca cheia! Mas se tudo isso é conseguido ao preço de dias longos e infelizes em um lugar ao qual não pertence? É falta de coragem de tomar uma atitude mais drástica e largar esta vidinha medíocre? Mas que atitude? Há solução para isso?

2 Comentarios:

Blogger db dijo...

qdo tiver a resposta, faz livro de auto-ajuda e fica rico!

4:57 p. m.  
Blogger FAFÁ dijo...

vou repetir o q disse a uma amiga: sofremos do mal da lucidez excessiva.

10:04 p. m.  

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