A Farewell to Kings - Parte 3
Tentava explicar pra amiga que os homens eram mais espertos e leais na reunião masculina. "Por quê?", ela perguntou. "Porque nós sentamos na mesa do bar e falamos sobre as mulheres solteiras e as mulheres dos outros. Não das nossas. Ninguém pergunta pro amigo se a da mulher dele é rosada ou peluda. Se tem a teta vesga, etc... Vocês sempre perguntam o tamanho do pau alheio, se o atual é melhor de cama que o ex...E detalhe: vocês sempre minimizam os caras que estão com vocês, porque temem que a inveja da amiga acabe com a sua relação. Nós temos papos mais profundos, como listar as mulheres que gostaríamos de comer e que nunca comeremos. Listamos bundas sensacionais ou coisas do tipo. Tomamos copos de cerveja, nos divertimos... não invadimos o espaço do outro e respeitamos as relações."
A amiga não ficou muito contente com o que leu no MSN. Ele disse que tinha terminado o último texto que faltava e deu tchau. Seu braço doía demais, como sempre, quando desligou o computador.
Já eram quase 22h quando pegou o carro. No caminho de volta para casa, se perguntava se teria valido a pena tanto esforço. Tantas madrugadas trabalhando, tantos fins de semana, feriados... Perdera festas, churrascos, viagens, mulheres, trepadas, jogos de bola, não vira Kill Bill no cinema... quanto tempo perdido...
Perguntava-se o que tinha ganho. Uma tendinite que já travava até seu pescoço. Agulhas e relaxantes musculares não davam conta. "Preciso arrumar uma aposentadoria por invalidez", pensou, em um momento de extrema fraqueza.
Desiludido, já sabia que não poderia mudar o mundo. E que o pouco dinheiro que juntara tinha que gastar com acupuntura, shiatsu e terapia para tentar curar sua frustração. Bebia aos montes pras noites passarem rápido, mas não queria que os dias chegassem. Aliás, o dinheiro gasto com a bebida também não era pouco. "De que adiantou?", perguntou-se.
Agora estava dado a fumar. Os tubinhos cancerígenos davam uma sensação de prazer e calma momentânea. Estava em busca de pílulas de alegria, já que não conseguia uma vida de que se orgulhasse.
Todo o discurso de "nós nos divertimos mais do que vocês" para a amiga via MSN fora tão superficial quanto um funk carioca. Sentia-se velho e cheio de tudo. A fúria adolescente escorrera pelo ralo ao longo dos anos, com parte de seus cabelos. Este era mais um prêmio que ganhara pelos anos de dedicação e trabalho árduo: uma calvície.
Chegou em casa, xingando por ter de abrir o portão. Tudo o incomodava. Virou garrafas de cerveja olhando os péssimos filmes do Telecine. Estavam dublando o Al Pacino de novo! A cerveja descia como água há tempos. Procurou a arma que herdara do pai e estava empoeirada. Limpou-a um pouco, mas a flanela que pegou estava quase tão suja quanto a arma. Pegou uma bala que deveria estar com defeito e poderia “virar” festim. Lembrou-se de Crash. “Puta filme”. Deixou um bilhete sobre a mesa. Colocou a arma na boca e lembrou-se das recomendações. Virou pra cima. Seria mais rápido. A cena lembrava um filme de Tarantino. Deu adeus. Adeus aos reis da hipocrisia.
A amiga não ficou muito contente com o que leu no MSN. Ele disse que tinha terminado o último texto que faltava e deu tchau. Seu braço doía demais, como sempre, quando desligou o computador.
Já eram quase 22h quando pegou o carro. No caminho de volta para casa, se perguntava se teria valido a pena tanto esforço. Tantas madrugadas trabalhando, tantos fins de semana, feriados... Perdera festas, churrascos, viagens, mulheres, trepadas, jogos de bola, não vira Kill Bill no cinema... quanto tempo perdido...
Perguntava-se o que tinha ganho. Uma tendinite que já travava até seu pescoço. Agulhas e relaxantes musculares não davam conta. "Preciso arrumar uma aposentadoria por invalidez", pensou, em um momento de extrema fraqueza.
Desiludido, já sabia que não poderia mudar o mundo. E que o pouco dinheiro que juntara tinha que gastar com acupuntura, shiatsu e terapia para tentar curar sua frustração. Bebia aos montes pras noites passarem rápido, mas não queria que os dias chegassem. Aliás, o dinheiro gasto com a bebida também não era pouco. "De que adiantou?", perguntou-se.
Agora estava dado a fumar. Os tubinhos cancerígenos davam uma sensação de prazer e calma momentânea. Estava em busca de pílulas de alegria, já que não conseguia uma vida de que se orgulhasse.
Todo o discurso de "nós nos divertimos mais do que vocês" para a amiga via MSN fora tão superficial quanto um funk carioca. Sentia-se velho e cheio de tudo. A fúria adolescente escorrera pelo ralo ao longo dos anos, com parte de seus cabelos. Este era mais um prêmio que ganhara pelos anos de dedicação e trabalho árduo: uma calvície.
Chegou em casa, xingando por ter de abrir o portão. Tudo o incomodava. Virou garrafas de cerveja olhando os péssimos filmes do Telecine. Estavam dublando o Al Pacino de novo! A cerveja descia como água há tempos. Procurou a arma que herdara do pai e estava empoeirada. Limpou-a um pouco, mas a flanela que pegou estava quase tão suja quanto a arma. Pegou uma bala que deveria estar com defeito e poderia “virar” festim. Lembrou-se de Crash. “Puta filme”. Deixou um bilhete sobre a mesa. Colocou a arma na boca e lembrou-se das recomendações. Virou pra cima. Seria mais rápido. A cena lembrava um filme de Tarantino. Deu adeus. Adeus aos reis da hipocrisia.
7 Comentarios:
Vejamos alguém apareceu aqui novamente. Se a gente não pode mudar o mundo, que nos mudemos!
se a gente nao pode mudar o mundo, o mundo que nao tente mudar a gente
Alguém regressou em GRANDE estilo! Ya estrañaba sus textos!!!
agora que vai ter internet em casa, dá para deixar isso aqui mais atualizadinho, né?
casou, tem internet em casa, computador, qual vai ser a desculpa pra não atualizar isto aqui????
já sei, já sei, tá lavando as calcinhas da mulé.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
vamos cantar parabéns? Faz exatos dois meses que isto aqui não atualiza: PARABÉNS PRA VC, NESTA DATA QUERID...
Já casou, já fez aniversário, já tem net em casa....e agora qual a desculpa?
Publicar un comentario
Suscribirse a Comentarios de la entrada [Atom]
<< Página Principal