jueves, septiembre 18, 2008

Falta pouco

No final da primeira semana, depois de já termos conhecido Lisboa e Sintra e de termos escapado da tentativa de roubo no metrô na saída da capital portuguesa, passamos dois dias no Algarve, admirando uma bela paisagem tropeçando alemães e descansando na praia Dona Ana, em Lagos, e areia grossa. Um pouco de topless, sol, bela paisagem e descanso.

No sábado, subimos para Coimbra, no centro de Portugal. Chegamos à noite e nos surpreendemos. Não havia viva’alma na rua. A cidade não é tão pequena, mas é extremamente monótona. Não fosse um jantar na noite de domingo, depois de voltarmos de Fátima (onde as mulheres pagam promessas de joelhos, mas com joelheiras), teria sido praticamente em vão.

Fomos ao “Giuseppe e Joaquim”, filial de uma rede que está em alguns países da Europa, bem perto de nossa pensão. O restaurante, especializado em “cozinha tradicional portuguesa e comida italiana” não era nossa primeira opção, mas como a maioria da concorrência estava fechada no domingo à noite, entramos. E deu certo.

“Bacalhau no Pão” é o nome do prato em que o peixe é mergulhado dentro de um pão redondo (lembra o italiano, mas não é), com muito azeite e cebola.. Este, um pouco mais salgado, era simples, mas muito saboroso. O ponto alto foi o pão, molhado de azeite de oliva da melhor qualidade e com sabor do bacalhau. O atendimento também foi muito bacana: Karine, a garçonete, carioca, é jornalista formada e faz mestrado na Universidade de Coimbra. Há cinco anos em Portugal, parou pra bater papo com os brasileiros aproveitando o fraco movimento naquela noite. Disse que teve de se acostumar com o pragmatismo e o jeito “curto e grosso” de ser dos portugueses, mas está feliz e não volta mais para o Brasil.

Na segunda embarcamos em um autocarro rumo à Freixo de Espada à Cinta, a pequena cidade ou vilarejo, em que meu pai nasceu. Fica ao Norte (Nordeste) de Portugal, fronteira com a Espanha. É um lugar pitoresco, sem muito pra se fazer, claro. A única opção é um passeio de barco pelo rio Douro, mas o horário e um pouco de falta de vontade nos deixaram longe das águas.

De qualquer forma foi curioso ver aquele lugar, cheio de velhinhas sentadas às portas de suas casas, jogando conversa fora, com aqueles vestidos carolas em plena tarde de calor (aliás, a cidade numa segunda à tarde é proibida para cardíacos. Muito estresse e muito agito). O tratamento foi um dos mais cordiais da viagem, além dos preços mais baixos que pagamos para dormir e comer.

Paula, a dona do restaurante em que jantamos, contou, com orgulho, que são 2500 habitantes, ao contrário do que dizia nosso guia. “Eles contam a população dos arredores. Aqui são 2.500”, disse, com um sorriso, cheia de orgulho, explicando que lá ninguém passa aperto. Quem não tinha emprego teve uma boquinha no que chamamos aqui de prefeitura. A escola só tem ensino fundamental. Adolescentes precisam se mudar para Porto ou Lisboa para continuar a estudar. “Este ano era pro meu filho ir, mas eu não quis. Acho que ainda é muito miúdo, então o segurei mais um ano”, disse, acariciando o moleque, que estava muito impaciente,

Além dos quintais das casas das casas terem parreiras e olivas aos montes, a cidade produz um vinho, o Montes Ermos, que experimentamos e aprovamos (embora eu prefira vinhos mais secos). Depois de um dia naquela calmaria, era hora de conhecer o Porto.

2 Comentarios:

Blogger FAFÁ dijo...

Hum... bacalhau no pão que coisa deliciosa deve ser!!!

9:09 p. m.  
Blogger Márcia dijo...

Ahh vinho, vinho e mais vinhos. Como disse Baudelaire: "De-me mais vinho, que a vida é nada."

4:35 p. m.  

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