Your anger is a gift *
Jornalistas de grife que ganham colunas em portais de terceira categoria e viram madames chiliquentas, exigindo tratamento vip; motoboys que roubam trabalhadores (as) saindo de reuniões de trabalho, mesma que estas pessoas tenham batalhado desde cedo; burocratas que nada resolvem no trabalho, mas vibram com as suas férias, candidatos a prefeito com histórico sujo maquiado graças a um bom marqueteiro.
Tudo se mistura em São Paulo, mas não é só aqui. Onde há humanos há confusão, há mentiras, anseios, emoções e preconceito.
Na altura dos 18 anos, entrando na faculdade de Comunicação, depois de deixar de ser uma ameba mental, comecei a me achar despido de preconceitos. Naqueles anos de “mente aberta”, você defende os oprimidos e briga com os reaças.
Com o tempo, vê que você é mais politicamente incorreto que eles e não é, nem um pouco, despido de preconceitos. Depois de uns incidentes de trânsito, xingamentos e até assalto, começa a vociferar, mesmo, que motoboy tem que morrer. Um pouco diferente de quando tinha 20 anos: “São apenas trabalhadores levando sustento para casa.” Mas, na raiva, você generaliza e manda se foder.
Tropeça em lixo na rua, mas lembra que a ausência de outdoors está mantendo a cidade limpa. Isso, realmente, é importante. Assassinato de aluno na porta do CEU e a prefeitura lavando as mãos não é. Os ônibus seguem lotados, o trânsito é enlouquecedor, a consulta de um doente de câncer demora seis meses pra acontecer. E você, no alto da lucidez e do discernimento, esquece que é despido de preconceitos: “Bicha ladra e saçarela, filha da puta, vai ganhar a eleição. Puta que pariu!”
Aí você lembra do Tim Maia falando que o Brasil é o único país em que pobre é de direita. É mesmo. Porque é burro, é ignorante. Vota em sorriso. E dirige motos. As motos que buzinam, atropelam gente, batem nos carros, arrancam retrovisores, roubam suas bolsas.
A solução é panelaço. Pegar um panelaço e dar no peito de cada motoboy desta cidade. Depois enfiar o cabo da panela no cu do prefeito, a seco, para ver se ele é um viado que agüenta emoções fortes.
* Frase retirada da música "Freedom", do Rage Against the Machine
Tudo se mistura em São Paulo, mas não é só aqui. Onde há humanos há confusão, há mentiras, anseios, emoções e preconceito.
Na altura dos 18 anos, entrando na faculdade de Comunicação, depois de deixar de ser uma ameba mental, comecei a me achar despido de preconceitos. Naqueles anos de “mente aberta”, você defende os oprimidos e briga com os reaças.
Com o tempo, vê que você é mais politicamente incorreto que eles e não é, nem um pouco, despido de preconceitos. Depois de uns incidentes de trânsito, xingamentos e até assalto, começa a vociferar, mesmo, que motoboy tem que morrer. Um pouco diferente de quando tinha 20 anos: “São apenas trabalhadores levando sustento para casa.” Mas, na raiva, você generaliza e manda se foder.
Tropeça em lixo na rua, mas lembra que a ausência de outdoors está mantendo a cidade limpa. Isso, realmente, é importante. Assassinato de aluno na porta do CEU e a prefeitura lavando as mãos não é. Os ônibus seguem lotados, o trânsito é enlouquecedor, a consulta de um doente de câncer demora seis meses pra acontecer. E você, no alto da lucidez e do discernimento, esquece que é despido de preconceitos: “Bicha ladra e saçarela, filha da puta, vai ganhar a eleição. Puta que pariu!”
Aí você lembra do Tim Maia falando que o Brasil é o único país em que pobre é de direita. É mesmo. Porque é burro, é ignorante. Vota em sorriso. E dirige motos. As motos que buzinam, atropelam gente, batem nos carros, arrancam retrovisores, roubam suas bolsas.
A solução é panelaço. Pegar um panelaço e dar no peito de cada motoboy desta cidade. Depois enfiar o cabo da panela no cu do prefeito, a seco, para ver se ele é um viado que agüenta emoções fortes.
* Frase retirada da música "Freedom", do Rage Against the Machine
2 Comentarios:
mais direto do que o texto do luciano huck. tenho meu discurso pronto sobre motoboy, mas nao posso escrever, porque poderia ser usado em algum julgamento... ;)
um momento de fúria bem escrito!
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