lunes, marzo 20, 2006

A conta, por favor

Para que estamos aqui? Já me fiz esta pergunta umas mil vezes. E a repito toda vez que sei da morte de alguém, próximo ou não. Fazemos, fazemos, fazemos...perdemos tempo...

Que caralhos importa se você não conseguiu vencer aquele jogo? O que importa se você arranhou o carro no estacionamento? O que importa se não conseguiu ir naquela festa porque saiu tarde do trabalho?

Deveria importar? Não. Porque podemos ir para o saco amanhã (viemos do saco e vamos para o saco, a única certeza que tenho). E se podemos não estar mais aqui amanhã, porque ficamos putos com coisas tão pequenas? Para o conjunto da obra de sua vida isso vai contar? "Aqui jaz fulano de tal, o cara que perdeu a final do campeonato da empresa no dia em que arranhou o carro no estacionamento."

Não deveria. Mas a vida é feita de momentos. Os mais curtos, toscos e simples. Tudo bem, talvez não devemos mesmo nos importar com um jogo de futebol ou um arranhão na lataria. Mas a vida é feita do dia-a-dia. E, se ele for uma merda, a vida, muito provavelmente, também será.

É possível ser feliz se não gostar do seu trabalho/emprego? É. Mas fica bem difícil. Porque se passa nove, dez horas do seu dia fazendo algo que não suporta, dificilmente terá disposição para fazer o que gosta nas horas que sobram.

De qualquer jeito, estamos aqui. E temos que fazer com que as pequenas coisas dêem certo. Para que elas não comprometam as grandes coisas. Ganhar o jogo de futebol, um beijo da mulher ou um elogio do chefe pode salvar o dia. E isso pode ser perfeitamente suficiente.