domingo, diciembre 25, 2005

Sexo, mentiras e videoteipe

Depois de 2005, o ano que não acabou, finalmente o fim (sic).

Agora vai ficar tudo bem. Todo mundo refletiu e resolveu mudar em 2006. Seremos pessoas melhores. Vamos conseguir o que não conseguimos neste ano. Os planos serão colocados em prática.

Resolvemos não mais valorizar os pequenos problemas. Agora sabemos que apenas as coisas maiores têm importância. Ninguém mais vai se irritar no trânsito. Ninguém vai reclamar da chuva, do chefe, da vida...

Entramos em 2006 também muito mais misericordiosos. O perdão é nossa palavra de ordem. Já começamos perdoando o Di Stefano. Mesmo tendo largado o manto sagrado pra jogar pela Espanha. Mesmo tendo ido morar em Madri. Agora ele está mal e nem vamos nos lembrar que ele traiu a pátria.

Daqui para frente tudo vai ser diferente. Pode apostar. O mundo será um lugar melhor para viver. O papa vai liberar a camisinha. O próximo presidente do Brasil não vai roubar (e/ou deixar que o façam).

Não haverá mais terremotos, tsunamis e incêndios. As enchentes são coisa do passado. O Bush não vai mais permitir tortura de inocentes nem vai querer mais o Iraque só pra ele. Matar? Ele nunca fez isso.

Nenhum brasileiro ou qualquer infeliz com cara de turco será confundido com um terrorista e levará um tiro na cabeça na Europa, nos EUA ou na puta que pariu.

Ninguém próximo a você vai te enganar. Ninguém que considera vai te sacanear. Nenhum juiz roubará partidas de futebol. Afinal, vão respeitar a alegria do povo.

Ninguém ficará desempregado. Nenhum amigo seu vai morrer em um acidente de carro porque um playboy cuja mãe cobra caro na zona estava a 180km/h, bêbado, voltando da balada.

Os cientistas, com o incentivo de grandes empresários, vão achar a cura do câncer. A da Aids parece que já acharam. Mas ainda ninguém tem certeza de nada.

Os jornalistas vão deixar de ser fofoqueiros e competidores.

É. Não vejo a hora de chegar 2006!

viernes, diciembre 23, 2005

...

As pessoas gastam, comem e bebem. O motivo? Não sei se interessa. Mas, de qualquer jeito, existe o discurso. Fica todo mundo bonzinho.

Não interessa se foi um filho da puta o tempo todo. Agora, nos últimos dias do ano, é todo mundo santo. E ficam sentimentais. Principalmente depois de alguns copos. O amor pelo próximo cresce a cada gole.

Famílias se odeiam, mas se juntam para trocar presentes. Parecem até felizes. Parece até que se gostam. "Ela ainda não aprendeu que não gosto de verde? Blusa verde de novo? Que saco!"

A criança corre para pegar o esperado videogame. "De onde ele tira dinheiro pra isso?" Alguém sai com azia. "Também... come feito um porco!", outro balbucia...

Gargalhadas. Orgia gastronômica. Más de lo mismo.

Natal parece Carnaval. A maioria gasta o que não tem para fingir que é feliz. Comemorando não sabe o quê.

sábado, diciembre 10, 2005

97%

Algumas razões que comprovam porque a humanidade é podre:

- Se você arruma um emprego novo, a primeira pergunta é: "Quanto vai ganhar?"

- Se você compra um carro ou tem a sorte/mérito de comprar um apartamento, a primeira pergunta é: "Quanto pagou?"

- Se você fala que vai viajar para algum lugar, a primeira pergunta é "Quanto custou?"

- Se nego casa e faz uma festa, os primeiros comentários são: "Nossa, com tudo isso aqui deve ter custado caro." Ou: "Que festa de merda!"

- Quando mulher fica muito tempo sem ver alguém comenta depois: "Viu como fulana (o) engordou (ou envelhceu)?

- Se você conta que terminou um namoro/casamento, a primeira pergunta é "Quem deixou quem?" A segunda é: "Teve chifre?"

Mas não é porque a maioria dos seres humanos vale porra nenhuma que vou gostar de bichinhos. Continuo odiando cachorros e afins. E a cada dia que passa tenho mais nojo de gente.